Meu Malvado Favorito 2 (2013)

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Meu Malvado Favorito 23 semanas depois da minha experiências traumática com o Guerra Mundial Z, voltei ontem ao cinema para assistir a sequência do hit Meu Malvado Favorito. Antecipando as inevitáveis conversas e gritarias típicas de sessões lotadas por crianças, deixei as pedras e farpas do lado de fora da sala de projeção e adotei a velha tática do “junte-se a eles”: ao meu lado, sentou-se meu muito estimado priminho de 12 anos, um garoto que adora soltar pipa e entende mais de moto do que muito adulto por aí. A estratégia funcionou muitíssimo bem: além de conseguir ficar indiferente a algazarra (uma menininha sentada da fileira de trás imitou TODOS os barulhinhos feitos pelos Minions durante o longa), eu pude observar de perto as reações sinceras e inocentes de uma criança ao que foi exibido. Independentemente de qualquer crítica que possa ser feita (e que farei nos próximos parágrafos)  a Meu Malvado Favorito 2, é inegável que ele funciona e agrada em cheio seu público alvo.

Gru, que na primeira parte da história havia elaborado um plano ousado para roubar a lua, agora é um pai carinhoso e dedicado: Agnes, Edith e Margo vivem como princesas em sua casa na companhia dos Minions e do Dr. Nefario. Quando uma fórmula secreta é roubada de um laboratório no Ártico, a Liga Anti-Vilões envia a empolgada Agente Lucy para convocar Gru para ajuda-los a localizar o responsável.

Meu Malvado Favorito 2 - Cena 3

É a velha história de sempre: Mais Minions, um novo vilão e um coração que mostra-se cada vez menos malvado. O roteiro de Meu Malvado Favorito 2 segue à risca a “cartilha da continuação” e opta mais por investir no que deu certo no primeiro filme do que em inovar ou acrescentar novos elementos a fórmula. Margo está crescendo e começando a demonstrar interesse por garotos, Dr. Nefário sente falta da ação dos tempos de malvadeza do patrão e Gru descobre as sutilezas do amor enquanto trabalha junto com Lucy, mas na maioria esmagadora do tempo o que vemos é uma repaginação do que já fora mostrado anteriormente, ou seja, os Minions cantando e envolvendo-se em confusões, Agnes encantando todos com sua fofura e, claro, Gru utilizando suas engenhocas e seu humor do cão para arrancar risos do público. Tão óbvio quanto a constatação do clichê é dizer que, se ele não melhora o resultado final, também não atrapalha: o filme passa rápido e a sessão é composta mais por risos e elogios ao excelente trabalho gráfico e ao 3D caprichado do que por críticas à história esquemática.

Meu Malvado Favorito 2 - Cena 2

Se faltou criatividade para criar novos cenários e conflitos, sobrou humor e talento para a equipe comandada pelos diretores Pierre Coffin  e Chris Renaud na hora de cômpor o vilão do filme e, principalmente, para elaborar as novas participações dos Minions. El Macho, um lendário criminoso mexicano que é apresentado para a platéia através de um flashback narrado por Gru, é um desses vilões bonachões que despertam mais simpatia do que aversão. Em uma cena épica nascida da condensação de exageros típicos de filmes de ação, o personagem pode ser visto montado nas costas de um tubarão recheado de dinamite pulando dentro de um vulcão em erupção para provar sua macheza. HELL YEAH!

Sobre os Minions, basta dizer que eles estão tão ou mais engraçados e bonitinhos do que no debut da franquia. Travestidos, fantasiados, pelados (!) ou transformados em vorazes criaturinhas roxas no final da trama, os personagens protagonizam o filme ao lado de Gru e suas filhas. O sucesso deles junto ao público foi tão grande que, aparentemente, eles devem estrelar um longa próprio em 2014. Considerando o que é visto aqui, como a cena onde eles cantam imitando os saudosos Backstreet Boys, podemos esperar mais um filme divertidíssimo.

Meu Malvado Favorito 2 - Cena

Felizmente, ao contrário do que acontece em outras séries, como A Era do Gelo, aqui os personagens secundários não carregam sozinhos a responsabilidade de fazer o espectador rir. Os Minions são hilários, mas Gru, com seu pessimismo e insanidade, também o é. Junto com Edith (outra insana), o personagem acrescenta uma certa dose de humor negro na trama que muito me agrada. Em tempos de stress, ver nossas neuras, problemas e dúvidas abordadas com humor causa empatia e agrada. Aliás, talvez seja esse o maior mérito de Meu Malvado Favorito 2: aliando boas piadas e um final bombástico onde uma história de amor encontra uma conclusão feliz, o filme faz com que a gente saia do sala do cinema sentindo-se bem, relaxado e com um sorriso sincero no rosto (tal qual uma criança de 12 anos), o que é tão ou mais valioso para uma animação do que um bom roteiro.

Meu Malvado Favorito 2 - Cena 4

Uma resposta »

  1. Gostei da nova estrutura dos textos,e fico feliz em perceber que você manteve os comentários relacionados ao seu ponto de vista e a suas experiências.

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